8.3.12

Bio parte 3


Em 1976, em Saquarema, meu amigo Dado Cartolano me apresentou a 2 coisas que mudaram a minha cabeça. Primeiro o skate Vórtex, que ele estava começando a produzir no Brasil. O Skate tinha uns eixos que eram uma cópia dos Tracker Trucks e as rodas eram cópias das Road Rider, coisa que a gente só via nas revistas de surf. A grande revolução para mim foi a substituição das bilhas soltas pelos rolamentos - os precisions bearings. O rolamento encaixava na roda que por sua vez encaixava no eixo e era preso por uma porca auto travante! "Coisa de gênio" pensei eu. Esse skate andava muito. O patamar era quanto tempo se conseguia andar sem botar os pés no chão. Na era Cadillac o recurso eram as batidas Tic Tac para se dar a volta no quarteirão, mas com as rodas com rolamento, nascia o "pump", dar impulso no skate com as 4 rodas no chão. Eu pirei com aquele skate, e rapidinho tratei de fazer uma tábua bem surf para aqueles eixos e rodas. Dado ainda contribuiu mais para que a minha cabeça começasse a pensar mais em Skate que em Surf, quando me mostrou mais um exemplar de uma revista só de Skate, publicada pela Surfer Magazine, a chamada Skateboarder. Uma tinha uma capa toda preta com um cara numa curva muito estilosa no asfalto, e a outra...tinha um cara fazendo um carving de backside, descalço numa piscina! Aquilo foi demais prá mim! "Eu também quero fazer isso" foi minha reação natural, ao que Dado me chamou a atenção para uma série de matérias com o título Skatetparks. "Olha Cesinha, os caras estão fazendo pistas especiais só para skate".
O golpe de misericórdia para tirar de vez o Surf do pedestal e colocar o Skate no seu lugar foi quando fui ao Rio de Janeiro, comprar material para a fabricação de pranchas de surf, coisas como resina, catalisador, monômero e fibra de vidro. Numa loja em São Cristovão vi num jornalzinho uma notícia sobre um skatódromo que havia sido construído em Nova Iguaçu. "Skatódromo" pensei eu, olhando o diagrama de como era a tal pista. Não pensei duas vezes. Como o meu skate já estava no meu carro, pois fazia parte da bagagem que eu levava sempre que ia ao Rio de Janeiro, embiquei com o meu carro em direção à Nova Iguaçu sem ter a mínima noção que este fato mudaria a minha vida para sempre.



Continua?!?!

2 comentários:

  1. Irado o blog mestre Cesinha ... Estórias e relatos como este tem de ficar realmente gravados para a história!

    Da mesma forma como você ajudou a mudar a vida de muitos ao longo dos anos e, na minha opinião, principalmente na época do Realce que muitos assitiam só esperando a hora do "carrinho".

    Excelente!

    E agora olhando pro passado poucos entendem o quanto sua dedicação e amor pelo skateboard permitiram muito do que acontece hoje.

    Impresionante como uma pessoa dedicada e apaixonada é capaz de colocar o história da humanidade no seu devido caminho!

    Parabéns!

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  2. muito bacana Cesinha!Quem viveu emoçoes semelhantes relembra os detalhes e revive as sensaçoes e descobertas...
    juarez

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