11.11.10

Quando mais é melhor

Como pode hoje, em pleno século XXI, haver campeonatos julgados por apenas 3 juízes?
No meu ponto de vista isso é inadmissível especialmente no momento atual do skate, com tanto “profissionalismo” envolvido.

Foi assim no Swell Old Is Cool, no Circuito Paulista de Skate e recentemente no Old School Skate Jam.



Julgar skate é difícil. É algo muito subjetivo, tanto para quem pratica como para quem julga. O espectro é muito amplo, pois skate é uma expressão artística, e julgar skate é quase julgar arte... numa analogia, seria algo como “julgar” uma música, por exemplo. Há muitos fatores que influenciam no resultado final, e o gosto pessoal é um deles.
Julgamento de campeonato de skate com apenas 3 juízes não funciona mesmo - aliás, nunca funcionou e não pode funcionar. O formato com 3 juízes dá margem a muitos erros, sejam eles intencionais ou não, pois é a soma total das notas dos 3 juízes que decide a pontuação de todos. E se tiver uma única nota fora do critério, seja a mais ou a menos, já altera todo o resultado!
Nesse sistema é o extremo que impera, e não o bom senso, pois o “somatório do ponto de vista dos 3 juízes” é o que define a nota. Se pensarmos assim, temos que assumir que os juízes são perfeitos, que nunca erram ou cometem falhas.
Julgar skate é muito difícil. Nem todos veem e interpretam da mesma maneira. Se abandonarmos o julgamento “extremo” e totalitário e partimos para “o caminho do meio” ele se torna mais fácil e mais justo.
Ao assumir que o voto de cada juiz não é a “verdade absoluta”, ou a visão totalitária de cada apresentação, faz com que o julgamento seja feito com mais consciência e consistência, maior responsabilidade e, entretanto, sob menor pressão.
Ao cortar a maior e a menor nota de cada juiz, surge “o caminho do meio”.
“O Caminho do Meio é o caminho do centro das contradições, que une os extremos.
Nele encontramos todos os extremos. Nele todos os extremos se apoiam.” (Revista Terceira Civilização de Fevereiro de 2007 - Edição nº 462)

Com 5 juízes, não existe a possibilidade de algum jurado pontuar "pra mais ou pra menos" e isso influenciar no resultado da nota final. Caso ele pontue muito baixo ou muito alto, ou seja, fora da margem das notas médias dos outros juízes, a sua nota será descartada. No caso de 3 juízes, esse juíz em questão, que não acompanhou a média, irá criar uma distorção no resultado em relação à visão geral dos demais juízes.

Fui no site da CBSK para ver as normas de competição e vi que o sugerido para eventos de street, vertical (bowl ou half pipe) banks e mini ramp são 5 juízes, além de um head judge. Ótimo!
É imperativo que essas normas sejam realmente aplicadas, principalmente pela CBSK que vem fazendo um excelente trabalho organizando o skate nacional, inclusive realizando cursos de locução e jurados de skate - mas que infelizmente ainda participa, sanciona e organiza competições julgadas por apenas 3 juízes.


Se você compete nesses eventos de 3 juízes, e talvez até participe do bolsa atleta, deveria atentar para o fato que concordando em participar desses eventos você também é parte do problema e não da solução.

TODAS as competições de skate do Brasil devem ser julgadas por 5 juízes!
Não é nenhuma aberração ou pedido impossível: essa é uma recomendação da própria CBSK.
Promotores, coloquem SEMPRE mais 2 juízes no orçamento de cada campeonato realizado por vocês aqui no Brasil.
Para facilitar e integrar mais o intercâmbio entre os Estados, sugiro que a CBSK participe sempre com 3 juízes do Staff fixo da Confederação e use os outros 2 juízes da área onde o evento é realizado. Assim já economiza-se de cara em hospedagem e transporte para essa dupla local. Esse critério vem sendo usado esporadicamente nos eventos realizados pela entidade, e deveria ser transformado em norma padrão.

2.11.10

Oregon, paraíso das transições

Série de 5 programas do canal Woohoo mostrando a cena de skate em Oregon. Esse 1º episódio é um resumo do Trifecta e da tour que fiz com Otávio Neto, Eduardo Braz e Vitor Simão por algumas das pistas de Oregon.