28.7.08

You're Never Too Old To Rock 'n' Roll If You're Too Young To Die

“You're Never Too Old To Rock 'n' Roll If You're Too Young To Die” é o título de um texto que escrevi em 2008 sobre como via o Skate até então. Alguns sites e blogs como Tribo, Skate é Cultura, Skaters e Os Melhores do Downhill Slide publicaram e colocaram em discussão o assunto. Leia e opine também!
You're Never Too Old To Rock 'n' Roll If You're Too Young To DieA música na era pré punk começou a ficar muito complicada... foi a era do progressivo com bandas com 8 teclados, uma penca de guitarras com trocentos pedais, 5 sets de baterias, sinos, canhão...
Aí você ia a um show e via aquela parafernália toda e falava "nossa! Eu nunca vou fazer isso! Isso é muito complicado...blá blá blá" e ficava vendo de longe, passivamente.
Corta para o punk rock.
1, 2 3 e rock 'n' roll.
Cru. Baixo. Bateria. Guitarra. Básico. Divertido.
Muitos passam a fazer também.
Do it yourself. Mudou tudo.
Corta pro skate moderno.
Manobras, manobras e manobras.
540, 900, switch, flip body varial crooked reverse...
Você vai a um campeonato e diz "nossa! Eu nunca vou fazer isso! Isso é muito complicado...blá blá blá" e fica vendo de longe, passivamente.
Corta para o ressurgimento do longboard.
Vento na cara. Rodas no chão.
Corta para as pistas de skate do século XXI.
Nesse novo século milhares de pistas de skate de verdade brotam - PISTAS e não palquinhos com ferrinhos e afins (só na Amérika já são mais de 2000!), curvas e mais curvas e transições e mais transições.
Velocidade. Linhas. Manobras em linhas.
O skate volta a andar novamente.
Rápido.
O skate volta a ser acessível e divertido.


Creio que o excesso de dificuldade no vert e street foi também o catalisador para que modalidades que quase nunca recebem cobertura de revistas e vídeos voltassem com força nova, como o downhill speed e o slalom, este último ressurgindo aos poucos com alguns amigos promovendo corridas de fim de semana até chegar aos grandes campeonatos mundiais como o de Hannover ou o de Paris, que é realizado no Trocadero, com a Torre Eifeil ao fundo.
Hoje, uma turminha seleta foca no profissionalismo e não na diversão.
São os famosos "atletas".
É o skate "técnico".
E para esses, ser skatista é aprender uma manobra nova a cada dia, explorar novos picos, evoluir fotografar e filmar, filmar e filmar.
Assim sendo, caras como Salba, Darrel e Alva, que andam constantemente em piscinas, em sessions insanas, não são mais "Skatistas...".
Isso sem falar nos caras do downhill botando pra baixo à milhão, sem dó ou piedade ou a galera que acelera forte por entre os cones e ladeiras. Ou me diga quando foi que estes caras aprenderam uma manobra nova? 
Para mim, ser skatista significa simplesmente gostar de andar de skate e a meu ver não tem nada a ver com ter de aprender manobras, evolução técnica constante ou skate profissional.
É vento na cara, deslizar por uma superfície rígida, controlando a velocidade, numa quase emulação do surf, que foi de onde surgiu o skate.


Ultimamente, parece que quase não se anda de skate mais.
Se treina, ou então se “trabalha”. Aí tendo a necessidade de haver fotógrafos, filmadoras, gerador e etc., para que se possa registrar a "evolução".**
Com essa visão, o rolé de longboard pelo calçadão, aquela descida maneira na ladeira com amigos de fé, uma pegazinho de slalom, uma session numa pista de skate (estou falando de transições) só andando e curtindo linhas e o próprio rolé não são considerados skate...
Então é o que?
Skate é algo muito maior que apenas manobras.
É um estilo de vida, instrumento de prazer, uma forma de expressão INDIVIDUAL, suor, alegria, amigos, viagens e mais, muito mais.
E cada um tem a liberdade de fazer do seu jeito.
Que tal discutirmos isso?
Cesinha Chaves
52 anos (em 2008...) Produtor de TV. Anda de skate desde criancinha e adora curvas e velocidade.
 

* Você nunca é velho demais para o Rock'n'Roll se é jovem demais para morrer” - trecho da música de 1976 "Too Old to Rock 'n' Roll: Too Young to Die" do grupo Jethro Tull).
 

** Depois de inúmeras tentativas, finalmente acertar uma manobra inédita num local que ninguém tenha acertado ainda, tudo sendo registrado em vídeo e foto, e nunca mais ter de repetir (fazer de novo, ou acertar de novo...) a mesma manobra no mesmo local.

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